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‘Deixo um legado com avanços concretos’, diz Délio Lins ao encerrar gestão na OAB-DF com 85% de aprovação

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Após seis anos à frente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Júnior termina sua gestão com 85% de aprovação e ajudou a eleger seu sucessor Paulo Maurício Siqueira (Poli) para comandar a Seccional da OAB no Distrito Federal no triênio 2025-2027.

Eleito conselheiro federal da OAB, Délio faz um balanço positivo dos seus dois mandatos que termina neste 31 de dezembro e reafirma seu compromisso de continuar contribuindo com a advocacia do Distrito Federal e de todo o Brasil agora no Conselho Federal da OAB.

Confira a entrevista:

Depois de seis anos de mandato, pode dizer qual marca você deixa na vida dos advogados de Brasília?

Délio: As palavras-chave creio que são inclusão e inovação: tivemos conquistas significativas, dentre elas a paridade entre homens e mulheres, a adoção de cotas raciais, a ampliação da participação das Subseções, a digitalização da casa e a defesa intransigente das prerrogativas. Creio que nos irmanamos muito e isso fica. Deixa um legado com avanços concretos e um sentimento de união.

Qual foi o momento mais difícil?

Délio: Dois momentos foram extremamente difíceis para nós, em seis anos, as crises da pandemia de Covid-19 e a do 8 de janeiro. Porém são inigualáveis. E distingo a crise da pandemia como a mais dolorida porque perdemos muitas pessoas queridas. Não tem volta. Tivemos de chorar as mortes e seguir trabalhando, apesar da dor.

Como foi a sua relação com o governador Ibaneis Rocha, chefe do Executivo, mas adversário em disputas da Ordem?

Délio: Temos uma relação cordial como líderes de duas instituições, como deve ser. Somos parceiros dos bons projetos e críticos daquilo que não consideramos adequado. É o que a sociedade e a advocacia esperam de nós.

Qual foi a principal medida da OAB-DF em defesa do cidadão em sua gestão?

Délio: Tivemos muitas. Trabalhamos em diversas áreas: defesa de direitos de crianças, adolescentes, juventude, pessoas com deficiência, combate ao racismo, fortalecimento das mulheres, saúde e educação pública de qualidade. Porém, eu quero destacar a luta pela preservação do Fundo Constitucional do DF, porque foi a mais significativa em manter nossa estrutura socioeconômica e independência política. Seguimos atuantes nela.

Acha que houve equilíbrio em sua gestão?

Délio: Sim. Proporcionado pela ampla inclusão de pessoas de diferentes origens, nas mais distintas localidades e em diferentes estágios profissionais: iniciantes, gente com mais estrada e os decanos, foi esse caldeirão que nos deu equilíbrio.

As mulheres tiveram espaço?

Délio: Totalmente, em todos os momentos, desde que entramos, nas duas gestões, com a representatividade em 50% nos espaços de poder e decisão; na valorização da mulher advogada. E seguiremos assim: ano que vem teremos a Diretoria da Mulher, mais um grande avanço. A Ordem vem dando exemplo à sociedade na pauta da igualdade entre homens e mulheres.

O que faltou fazer?

Délio: Acredito que fizemos muito, mas sempre há o que fazer porque temos, cotidianamente, a missão de assegurar as prerrogativas da advocacia, que representam também a defesa da cidadania. Não acaba. É preciso se aperfeiçoar, continuamente. E faremos isso.

Acredita que a vitória de Paulo Maurício Siqueira, o Poli, na sua sucessão é uma continuidade do seu trabalho?

Délio: Pela primeira vez nossa geração viu um grupo de situação ser eleito 3 vezes consecutivas pela advocacia. Claro que isso não quer dizer que está tudo resolvido, ainda há muito a fazer, mas quer dizer que a advocacia quer avançar por esse caminho, de inclusão, de descentralização, de eficiência em serviços e austeridade na gestão. O Paulo Maurício compartilha dessa visão comigo, claro, mas também vai adicionar características novas, que são dele. Em resumo: o caminho é para a frente, mas veremos sim uma nova gestão.

Foi uma eleição extremamente disputada. O que fez a maioria dos advogados votarem no Poli?

Délio: Trabalho. A advocacia reconhece o que foi feito pelo grupo, nas duas gestões, sabe que melhoramos as condições do acesso à Ordem, tiramos a casa da condição de analógica e levamos a ser totalmente digital, fomos presentes, como nunca, na defesa das prerrogativas, e realizamos uma campanha limpa. Poli se apresentou como o mais bem-preparado para seguir a gestão. Como eu disse antes, foi uma escolha pelo que tem dado certo. A advocacia só aceita andar para a frente.

Quais são seus planos agora como conselheiro federal?

Délio: Estarei lado a lado com a gestão do Poli, defendendo os interesses da advocacia local, e nas questões do Distrito Federal em prol da população. Na Ordem representarei os projetos relevantes para nós e para o país.

Sonha em ser presidente do Conselho Federal da OAB?

Délio: Estou conselheiro federal pelo Distrito Federal, um desafio imenso. Neste momento, só penso em colaborar para que o nosso Conselho seja, como é, um apoio e um orgulho para a nossa carreira.

Mauricio Corrêa e Ibaneis Rocha deixaram a presidência da OAB-DF e entraram na política. Você se vê como parlamentar ou gestor do Executivo algum dia?

Délio: Eu me vejo, neste momento, como conselheiro federal, representando nossa Seccional e fazendo o melhor que puder todos os dias. Quando presidente, me vi como presidente. É uma característica minha: cada coisa a seu tempo. Você só consegue realizar se está focado no presente.

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