O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi multado em R$ 1 milhão pela Justiça após ter convocado ato em Lumiar, em Nova Friburgo (RJ), em solidariedade à parlamentar estadual Marina do MST (PT), agredida durante evento na região no último dia 12. Na semana passada, o Tribunal Regional do Rio (TJRJ) havia impedido a manifestação por liminar por entender que o distrito não teria “dimensões urbanas” para sediar a proporção do evento.
Na ocasião, Glauber considerou a decisão do juiz Sergio Roberto Emilio Louzada “absurda” e afirmou, em suas redes sociais, que a manifestação seria pacífica, o que não justificaria a reação judicial. Na data do evento, marcado para o último domingo, o parlamentar esteve em Lumiar, mas a passeata não ocorreu.
“Em alguns momentos o recuo tem um ponto de não retorno. A deputada estadual Marina do MST estava cumprindo com a sua obrigação de prestação de contas. Ela tem o direito de estar em qualquer praça do estado do Rio e do Brasil sem ser ameaçada ou agredida. A agressão a ela é uma agressão a milhões de outras pessoas, é uma agressão a mim também”, disse o parlamentar.
A decisão do magistrado na última sexta-feira previa, no entanto, que a atuação de Glauber estava “afrontando a liminar vigente” e que, por isso, sua atitude seria comunicada à Câmara dos Deputados por possível quebra de decoro, assim como todos que comparecessem à manifestação seriam intimados. O bloqueio das contas bancárias do deputado também foi previsto:
“Diante do não cumprimento da liminar pelo réu, determino o bloqueio de seus ativos financeiros a fim de assegurar o pagamento da multa inicialmente arbitrada na quantia de um milhão de reais”, diz trecho do documento assinado por Sergio Roberto Emilio Louzada.
Após a mera presença no distrito, Glauber Braga relatou nesta segunda-feira que sua conta foi zerada e repudiou a decisão do magistrado, que considerou um grave abuso.
“Fui às redes sociais repudiar a decisão absurda do magistrado, disse que teríamos que adiar o ato e desmobilizei. Eu estive na praça apenas para conversar com as pessoas que não tivessem visto o cancelamento, o oficial de Justiça me notificou e na redação do ocorrido ele diz que o ato não ocorreu. Mas ontem a conta foi zerada. Uma profunda arbitrariedade cometida pelo juiz e vamos representar contra ele no CNJ”, disse o deputado.
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