A R7 Facilities Serviços de Engenharia LTDA, sediada no Guará (DF), está no centro de uma investigação por suspeitas de ser administrada por “laranjas”, enquanto continua a receber milhões em contratos públicos. A empresa, que já realizou obras milionárias em várias partes do país, passou a ser alvo de apurações após a fuga de dois membros do Comando Vermelho da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde a construtora também prestava serviços.
Mesmo sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), a R7 Facilities recebeu R$ 5.437.798,00 em emendas parlamentares apenas este ano. De acordo com a plataforma Siga Brasil, os repasses, feitos por bancadas estaduais e comissões, variam entre R$ 197 mil e R$ 1,7 milhão, destinados a serviços supostamente já prestados, principalmente no desenvolvimento da agricultura em várias regiões do Brasil.
Embora a investigação não estabeleça uma ligação direta entre a fuga dos presos e as operações da R7 Facilities, a suspeita sobre o uso de “laranjas” na administração da empresa levanta questões. A CGU confirmou que as investigações estão em andamento, mas detalhes não podem ser divulgados devido ao sigilo do processo. O TCU também conduz uma análise sobre as denúncias envolvendo a empresa.
Desde 2016, a R7 Facilities tem vencido licitações públicas, acumulando quase R$ 373 milhões em repasses do governo federal. No Distrito Federal, a empresa arrecadou mais de R$ 10,7 milhões dos cofres públicos no mesmo período. Curiosamente, o sócio-administrador da empresa, Gildenilson Braz Torres, recebeu auxílio emergencial em 2020 e 2021, apesar do faturamento milionário da construtora. Além disso, Gildenilson enfrentou um processo de penhora de bens para quitar uma dívida de R$ 8,6 mil.
A fuga dos presos Rogério da Silva Mendonça e Deibson “Tatu” Cabral Nascimento, que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró em fevereiro deste ano, resultou em uma operação de captura que mobilizou 300 agentes federais e estaduais, helicópteros e drones, custando milhões aos cofres públicos. Apesar do esforço, a dupla foi capturada apenas 50 dias após a fuga.
A R7 Facilities não respondeu aos pedidos de esclarecimento da reportagem até a última atualização. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações da empresa.
Redação, com informações do Metrópoles
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