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Juíza eleitoral declara Ronaldo Caiado inelegível por oito anos e cassa prefeito de Goiânia

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O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) à inelegibilidade por oito anos, sob acusação de abuso de poder político. Na mesma decisão, o tribunal cassou o registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e de sua vice, Cláudia Lira (Avante). Cabe recurso. Caiado, Mabel e Cláudia também foram multados em R$ 60 mil, R$ 40 mil e R$ 5,3 mil, respectivamente.

A juíza Maria Umbelina Zorzetti, do TRE-GO, determinou que Caiado e Mabel usaram o Palácio das Esmeraldas, sede do governo e residência oficial, para dois eventos políticos nos dias 7 e 9 de outubro, no início do segundo turno das eleições. A ação foi movida pela coligação de Fred Rodrigues (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado por Mabel no segundo turno.

Segundo a sentença, os jantares realizados no Palácio envolveram a participação de vereadores eleitos e lideranças políticas e tiveram despesas cobertas pelo poder público. “O investigado Ronaldo Caiado admitiu que os eventos se tratavam de reuniões de trabalho, logo, os gastos, ainda que moderados, foram arcados pelo poder público”, afirma trecho da decisão.

A juíza destacou ainda que o uso do Palácio das Esmeraldas para fins eleitorais configura abuso de poder político, comprometendo a legitimidade do pleito. Caiado permanece no cargo de governador, mas sua inelegibilidade, caso confirmada em instâncias superiores, o impedirá de disputar a Presidência da República em 2026.

Em nota, Caiado declarou que “causa estranheza a manifestação do Ministério Público Eleitoral antes da devida instrução processual” e reiterou que as reuniões seguiram rigorosamente a legislação eleitoral. Ele e sua defesa classificaram a decisão como “desproporcional” e alegaram que o evento foi institucional, sem pedidos de votos ou menções à campanha.

Sandro Mabel também afirmou estar surpreso com a decisão, descrevendo-a como desproporcional. “A reunião no Palácio das Esmeraldas não teve relação com a campanha eleitoral, sendo apenas um encontro institucional para homenagear vereadores eleitos”, disse. Ele enfatizou que seguirá focado em sua gestão e deixou o caso nas mãos de seus advogados.

O caso deve ser analisado em instâncias superiores, enquanto os condenados permanecem nos cargos até decisão final.

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