O laudo pericial da Polícia Federal (PF) com a análise necroscópica de Francisco Wanderley Luiz, que tentou explodir uma bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de novembro, não encontrou marcas de tiro e vestígios de munição no corpo, apontando que a causa da morte foi por traumatismo cranioencefálico devido à explosão.
O relatório técnico descreve que as lesões observadas no corpo da vítima indicam a proximidade do artefato em relação à cabeça.
Investigadores afirmam que circulou bastante a versão de que Wanderley morreu ao ser alvejado por um policial do STF durante a ação terrorista. O laudo de criminalística, no entanto, mostra que ele não tomou tiro algum
Para descartar que Wanderley possa ter sido alvejado, foi realizado exame tomográfico de corpo inteiro ainda com o saco mortuário lacrado. O resultado não revelou a presença de nenhum fragmento metálico, o que, , segundo o relatório, seria esperado em caso de ferimento por arma de fogo. A ausência do material também foi constatada por um exame radiográfico.
Os exames também procuraram por ferimentos de entrada e saída de bala, analisando meticulosamente fragmentos ósseos do crânio e outros tecidos moles, mas concluiu que não foi encontrada nenhuma lesão compatível.
Com a tomografia, foi feita uma reconstrução em 3D do crânio de Wanderley Luiz, onde se constatou apenas a lesão provocada por conta da explosão do artefato e descartou orifícios por disparo de arma de fogo em todos os fragmentos ósseos presentes.
O laudo afirma que, apesar da ausência de sinais de corpo estranho nos exames de imagem, a massa encefálica foi meticulosamente inspecionada e palpada, sem que nenhum projétil ou fragmento. metálico fosse encontrado.
Os peritos analisaram o local da morte do home, a Praça dos Três Poderes, e não encontraram nenhum estojo de munição ou projétil que indicasse a ocorrência de disparos. Ainda, a investigação se baseia também no relato de que nenhuma testemunha escutou disparos de arma de foto no momento do incidente.
Com isso, a PF concluiu que Wanderley segurava um artefato explosivo próximo à própria cabeça no momento da detonação, o que resultou na morte do homem de 64 anos.
“O agente causador do dano na cabeça possuía grande energia cinética, combinando ações térmica e contundente, com efeito expansivo (blast primário) que provocou a inversão dos fragmentos nas bordas”, diz o documento. Além disso, foram identificadas múltiplas fraturas e amputações na mão direita, corroborando a hipótese de que a vítima segurava o explosivo. “Essas regiões estavam próximas no momento da explosão”, conclui o laudo.
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