O Ministério Público de Minas Gerais (MP/MG) denunciou cinco gestores ligados ao grupo 123 Milhas por crimes financeiros que causaram prejuízos bilionários a consumidores e credores. Entre as acusações estão fraude a credores, lavagem de dinheiro e crimes contra as relações de consumo.
Segundo a denúncia, entre junho de 2022 e agosto de 2023, a empresa teria enganado consumidores ao comercializar a linha “Promo”, ocultando problemas relacionados à qualidade e viabilidade das ofertas. Além disso, os gestores teriam adotado práticas fraudulentas para prejudicar credores, incluindo a distribuição de R$ 26,2 milhões em dividendos enquanto deixavam de pagar dívidas que somavam R$ 153 milhões.
O MP/MG também identificou operações financeiras suspeitas, como o uso de uma agência de publicidade para lavar R$ 11,5 milhões, e a criação de créditos fictícios e alienação de bens pessoais para dificultar o ressarcimento de credores.
A denúncia estima que mais de 800 mil credores, principalmente consumidores, foram afetados, com prejuízos totais de R$ 2,4 bilhões. O MP/MG solicitou à Justiça a fixação de R$ 1,1 bilhão para compensar danos materiais e R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
A crise da 123 Milhas ganhou destaque em agosto de 2023, quando a empresa suspendeu pacotes e passagens da linha Promo, propondo ressarcimentos por meio de vouchers. Com dívidas acumuladas de R$ 2,3 bilhões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial no final daquele mês. O processo, aceito pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, já passou por interrupções e retomadas, enquanto a Senacon investiga as razões dos cancelamentos.
Se condenados, os gestores poderão responder por crimes de fraude a credores, favorecimento de credores, lavagem de dinheiro e violação das relações de consumo.
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