A Polícia Federal confirmou, nesta sexta-feira (6), que abrirá uma investigação sobre as denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. As acusações foram recebidas pela organização Me Too Brasil, que relatou ter acolhido queixas de várias mulheres que afirmam ter sido vítimas de condutas inapropriadas por parte do ministro. Uma das supostas vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
As acusações ganharam destaque após uma matéria publicada na quinta-feira (5). Segundo a reportagem, o ministro Silvio Almeida teria assediado Anielle Franco em 2022. Entre as alegações, estão toques inapropriados nas pernas, tentativas de beijos sem consentimento e o uso de expressões de cunho sexual. Essas atitudes, segundo as denúncias, ocorreram durante um evento do governo.
Diante das acusações, Silvio Almeida acionou a vara criminal de Brasília para solicitar que o movimento Me Too Brasil forneça esclarecimentos formais sobre as denúncias feitas contra ele. O ministro questionou se a organização tem competência legal para investigar casos que envolvem autoridades públicas com prerrogativa de função, como ele.
Em comunicado oficial, o movimento Me Too Brasil confirmou que recebeu as denúncias contra o ministro por meio de seus canais de atendimento. A organização afirmou que as vítimas foram acolhidas e receberam apoio psicológico e jurídico. A nota destacou que, em casos que envolvem figuras públicas, muitas vítimas enfrentam grandes desafios para validar suas denúncias, principalmente por conta das estruturas de poder e influência que protegem os acusados.
O Me Too Brasil frisou ainda seu compromisso em dar voz a vítimas de violência sexual, além de combater a impunidade que muitas vezes protege pessoas em posições de poder. A organização reforçou que trata todas as vítimas com o mesmo respeito e neutralidade, adotando uma abordagem baseada no impacto emocional e psicológico gerado pelos abusos.
Resposta de Silvio Almeida
O ministro Silvio Almeida, por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, negou veementemente as acusações e classificou as denúncias como “caluniosas”. Ele destacou que está disposto a cooperar com as investigações e afirmou que o caso deve ser apurado com o máximo rigor para que se esclareça a verdade.
No vídeo, Almeida mencionou sua esposa e sua filha de um ano de idade, destacando o impacto emocional que as acusações estão causando em sua vida pessoal. Ele informou que solicitou à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investiguem o caso, a fim de garantir a transparência do processo. O ministro afirmou que protegerá sua honra a qualquer custo e insinuou que as denúncias fazem parte de uma campanha para difamar sua imagem pública.
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