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Ednaldo Rodrigues desiste de recurso no STF e não disputará presidência da CBF

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Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), comunicou ao STF a desistência do pedido para reassumir a presidência da entidade. A manifestação foi dirigida ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso.

Segundo o documento, a decisão visa “restaurar a paz no futebol brasileiro” e encerrar o ciclo de litígios e disputas judiciais relacionados à gestão da CBF. A defesa solicitou que a petição anterior, na qual Ednaldo contestava a decisão do TJ/RJ que o afastou da presidência, seja considerada sem efeito.

O texto afirma que “este gesto, sereno e consciente, representa o esforço do Peticionário em deixar para trás este último ato do litígio, rejeitar narrativas que ferem sua honra e a de sua família, e reafirmar, perante esta Suprema Corte, seu compromisso com o respeito à Justiça, à verdade dos fatos e à estabilidade institucional da Confederação Brasileira de Futebol”.

Ednaldo também informou que não será candidato nas eleições convocadas pelo interventor Fernando Sarney, marcadas para 25 de maio, e que não apoia qualquer chapa ou nome na disputa.

A decisão, conforme a petição, foi motivada por apelo familiar e pelo entendimento de que a continuidade do conflito institucional comprometeria a estabilidade do futebol nacional.

REALIZAÇÕES E DEFESA

A defesa do ex-presidente detalha no documento as conquistas obtidas durante sua gestão, como a consolidação financeira da CBF, a contratação de Carlo Ancelotti para a seleção brasileira, a criação de novas competições de base e femininas, o combate à manipulação de resultados e o fortalecimento da governança e da integridade jurídica da entidade.

São mencionadas iniciativas institucionais reconhecidas pela FIFA e CONMEBOL, além de relatos de perseguição pessoal e institucional sofrida por Ednaldo, especialmente por ser nordestino e negro, “alvo de ataques difamatórios orquestrados por setores inconformados com sua atuação firme, ética e transformadora”.

“Por duas vezes, foi vítima de movimentos de exclusão política promovidos por particulares que expressam resistências estruturais ao fato de um nordestino negro ocupar o cargo mais alto do futebol nacional.”

A petição reafirma a autenticidade da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes no acordo homologado pelo STF em 2024 — contrariamente ao que apontou decisão do TJ/RJ — e junta laudo pericial e relatório médico recente para reforçar a tese.

CRISE INSTITUCIONAL NA CBF

A crise teve início em dezembro de 2023, quando o TJ/RJ destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, considerando ilegal o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a entidade e o Ministério Público do RJ, que embasou sua eleição em 2022. O tribunal entendeu que o MP não teria legitimidade para intervir na governança de uma entidade privada.

O TAC foi celebrado em março de 2022 com o objetivo de encerrar disputas judiciais que se arrastavam desde 2017, quando o MP questionou alterações estatutárias feitas sem participação dos clubes. Essas mudanças deram poder de voto apenas às federações estaduais sobre as regras eleitorais, gerando forte contestação quanto à legitimidade das eleições seguintes, incluindo a de 2019.

Para sanar irregularidades e garantir segurança jurídica à eleição de 2022, o MP e a CBF firmaram o TAC, que reconheceu como válidas as assembleias de março daquele ano, incluindo a que elegeu Ednaldo para o quadriênio 2022-2026. O acordo foi homologado judicialmente e previa regras mais inclusivas para futuras eleições.

Após a decisão do TJ/RJ, o ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu liminar em janeiro de 2024, restaurando Ednaldo ao cargo. Em fevereiro de 2025, o mesmo ministro homologou o acordo, entendendo que ele assegurava a autonomia da entidade e privilegiava soluções extrajudiciais no âmbito esportivo.

Em maio de 2025, desembargador do TJ/RJ afastou Ednaldo novamente, com base na suposta incapacidade cognitiva do ex-presidente Coronel Nunes, um dos signatários do TAC. A decisão invalidou o acordo, determinou o afastamento da diretoria, nomeou Fernando Sarney como interventor e convocou eleições para 25 de maio.

A defesa de Ednaldo acionou o STF para suspender a decisão estadual e o pleito eleitoral. Em 18 de maio, Gilmar Mendes negou liminar e determinou a oitiva das partes.

No dia 19 de maio, Ednaldo formalizou sua desistência de retornar à presidência e declarou que não será candidato nas novas eleições, encerrando sua disputa judicial pelo cargo.

O julgamento da ação que trata da autonomia das entidades esportivas e dos limites da atuação judicial sobre sua governança está mantido para 28 de maio no plenário do STF.

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