A inteligência artificial (IA) e seus impactos, bem como os desafios da segurança pública e da educação, dominaram o discurso do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, no encerramento do Fórum Esfera 2025 neste sábado (7). Em sua fala, Barroso alertou para a velocidade necessária na atuação para evitar que a promissora tecnologia seja “capturada por maus elementos”.
Em um dos pontos centrais de seu pronunciamento, o ministro defendeu a regulação não apenas da inteligência artificial, mas também das redes sociais. Barroso explicou que esse é um desafio global, mas que precisa ser enfrentado para garantir a proteção dos direitos fundamentais e da democracia.
DESIGUALDADE SOCIAL
O ministro também abordou a questão da segurança pública, rechaçando a ideia de que o problema é fruto apenas da desigualdade social. “É um equívoco acreditar que o problema de segurança pública é fruto da desigualdade. Quem observa a vida sabe que o pobre também precisa de segurança pública. Esse é um tema de todos e não apenas do que tem uma visão mais extremada da vida”, afirmou, defendendo a implementação de uma política de coordenação nacional de segurança pública.
Barroso demonstrou preocupação com a educação no Brasil, citando um governo passado para ilustrar sua crítica. “Cito um governo passado para não correr o risco de politização. No governo Temer todos queriam saber quem seria o ministro da Economia. A educação, que todos dizem ser prioridade, ninguém queria saber“, explicou. O ministro defendeu a necessidade urgente de colocar a educação no centro do debate político, citando a Coreia do Sul como exemplo de país que alcançou grande desenvolvimento a partir dessa prioridade.
Outro ponto levantado por Barroso foi a defesa da reforma política, com a implantação do voto distrital misto. “O país já está maduro para mudarmos o nosso sistema eleitoral“, afirmou o ministro, que argumenta que a modalidade ajuda a combater a infidelidade partidária.
LIVRE INICIATIVA E TRANSPARÊNCIA
Em seu discurso, Barroso afirmou que o Brasil precisa superar certo “preconceito contra a livre iniciativa”. “O Estado é importante para políticas sociais, mas o Brasil precisa vencer esse preconceito, que vem do tempo em que a riqueza era produzida a partir de concessões fraudulentas, licitações esquisitas e inside information. Desse tempo para cá temos gerações de empresários que produzem, que investem, que inovam, que arriscam e parte da sociedade ainda está presa nessa visão viciada de que o lucro é ruim“, pontuou.
No encerramento de sua fala, o presidente do Supremo fez menção ao jantar oferecido pelo presidente do iFood no mês passado, com o objetivo de arrecadar fundos para financiar bolsas de candidatos negros em concursos na magistratura. Barroso esteve presente no evento.
“A imprensa noticiou que o presidente do STF jantou na casa de um empresário que tem interesse no Supremo. Ora, todos têm interesse no Supremo. Eu decido o que acho certo. E faço o certo. O Universo se move em defesa dos que se orientam por bons propósitos“, concluiu o ministro, abordando a questão da transparência e da legitimidade de suas ações.
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