Advogado que confundiu obras de Maquiavel e Exupéry foi condenado por violência doméstica

Advogado que confundiu obras de Maquiavel e Exupéry foi condenado por violência doméstica

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O advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior, que confundiu as obras O Príncipe, clássico da filosofia política de Nicolau Maquiavel, com a obra infantil O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry durante sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender Thiago de Assis Mathar nesta quinta-feira (14), foi condenado em primeira instância em 2019 por violência doméstica, acusado de agredir a mãe e a irmã no dia 6 de novembro de 2016 em Votuporanga (SP).

Condenado pelo crime de violência doméstica em 2019, pagou pena de sete meses de detenção em regime aberto e ficou proibido de deixar a cidade por dois anos.

Ele chegou a entrar com recurso, mas, nas últimas tramitações processuais disponíveis, consta que teve sua contestação rejeitada. O processo corre sob sigilo. De acordo com o jornal A Cidade Votuporanga, antes de o processo passar a tramitar sob segredo de Justiça, na sentença contra o advogado consta que ele “ofendeu a integridade física de sua genitora e de sua irmã, causando-lhes lesões corporais de natureza leve”.

Na ocasião, o jornal entrou em contato com Hery, que disse: “É que em todo momento defendi meu pai! Que o interesse delas era na herança. Estranhamente, seis meses após sair de casa meu pai faleceu. Jamais agredi mãe e irmã, só não deixei que maltratassem meu pai!” disse ele, que já foi vereador por Votuporanga.

TRAPALHADAS EM SUSTENTAÇÃO ORAL NO STF

Durante o julgamento desta quinta, o advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior comparou seu cliente a Jesus Cristo, apontou supostas semelhanças entre a persecução penal contra os golpistas e o assassinato de milhões de judeus durante o Holocausto nazista.

Também confundiu as obras O Príncipe, clássico da filosofia política de Nicolau Maquiavel, com a obra infantil O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, ao citar o clichê “os fins justificam os meios” — que, aliás, sequer consta na obra de Maquiavel, apesar de ser comumente associado a ela. 

“Eu vejo que o ministro Alexandre de Moraes inverte o papel de julgador aqui nessa Suprema Corte. Ele passa de julgador a acusador. É um misto de raiva com rancor com pitadas de ódio quando fala dos patriotas. A cena que vi lá (na Papuda) me lembrou muito o Holocausto”, disse Hery. 

O ministro rebateu: “É patético que um advogado suba à tribuna do STF com discurso de ódio, com discurso para postar depois nas redes sociais. Talvez pretendendo ser vereador do seu município no ano que vem. Digo com tristeza que o réu aguarda que ele venha aqui defender tecnicamente. O advogado não analisou nada, absolutamente nada. Preparou um discursinho para postar em redes sociais. Só não seria mais triste porque confundiu O Príncipe, de Maquiavel, com O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry”.

Processo 0011042-38.2016.8.26.0664

Redação, com informações da Conjur

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