A história de exploração e injustiça associada ao trabalho escravo ainda ecoa nos dias de hoje, não apenas no Brasil, mas em diversos países de língua portuguesa. Mesmo após a abolição formal da escravidão, as consequências sociais e culturais desse período continuam a reverberar, enquanto a persistência do trabalho forçado mantém a chaga aberta.
Recentemente, durante a “1ª Oficina Internacional: Diálogo e Cooperação Sul-Sul de Países da CPLP sobre Justiça do Trabalho”, realizada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em Brasília, representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe discutiram como o tema vem sendo abordado em suas respectivas nações.
Segundo o Global Slavery Index de 2023, aproximadamente 49,6 milhões de pessoas no mundo estão submetidas à escravidão moderna, com o Brasil ocupando o 11º lugar no ranking mundial. Em países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, também se observam altos índices de incidência desse problema.
A exploração do trabalho análogo à escravidão perpetua e amplia as disparidades socioeconômicas, afetando desproporcionalmente os mais vulneráveis. Homens jovens, com baixa escolaridade, historicamente compõem a maioria das vítimas no Brasil. O ambiente doméstico também é palco dessa exploração, especialmente para mulheres.
Apesar dos desafios, esforços estão sendo feitos para combater essa prática desumana. Em países como Angola e Guiné-Bissau, leis foram promulgadas para prevenir e punir o tráfico de pessoas e o trabalho escravo. No Brasil, a Justiça do Trabalho lançou programas para enfrentar esse cenário e julgar casos relacionados com sensibilidade e justiça.
A conscientização e a denúncia são armas importantes nessa luta. Mecanismos como o Sistema Ipê e o Disque 100 oferecem canais seguros para reportar situações de trabalho análogo à escravidão, garantindo o anonimato dos denunciantes.
A erradicação do trabalho escravo é um imperativo moral e uma responsabilidade coletiva. Através da cooperação internacional e do compromisso com a justiça e os direitos humanos, podemos avançar na construção de um mundo mais justo e livre para todos.
Redação, com informações do TST
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