O juiz federal José Arthur Diniz Borges, que recentemente afirmou a existência de um “grupo criminoso” na Receita Federal, já teve sua carreira marcada por momentos de proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em agosto de 2021, Borges foi recebido no Palácio do Planalto, acompanhado pelo presidente do Botafogo, do qual era consultor. Na ocasião, presenteou Bolsonaro com itens relacionados ao clube e destacou a paixão botafoguense de membros da família presidencial.
No ano seguinte, Bolsonaro condecorou Borges com a Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, uma honraria destinada a reconhecer pessoas que prestaram serviços notáveis à pasta. Mais recentemente, em 2023, o magistrado absolveu Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, em um processo de improbidade administrativa.
A polêmica mais recente envolvendo Borges ocorreu na última segunda-feira (19), quando ele apontou a existência de um esquema criminoso dentro da Receita Federal. Segundo o juiz, dois auditores foram vítimas de um grupo que utiliza acessos privilegiados para instaurar processos disciplinares contra servidores considerados desafetos. Borges mencionou que o grupo se vale de “senhas invisíveis” para realizar buscas anônimas e enviar dados sigilosos em cartas anônimas, com o objetivo de prejudicar esses servidores.
Curiosamente, a tese de uso de senhas invisíveis foi empregada pela defesa de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, em que se alegou a atuação ilegal da Receita. Essa possível ilegalidade foi tema de uma reunião em 2020 no Palácio do Planalto, envolvendo Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e as advogadas Juliana Bierrenbach e Luciana Pires. O encontro, revelado anteriormente, ganhou nova atenção após a Polícia Federal apreender a gravação da reunião com Ramagem.
Redação, com informações do Metrópoles
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