Ao determinar a prisão de quatro militares da reserva e um policial federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que as investigações apontaram que há “robustos e gravíssimos indícios” de planejamento de execução do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uso de “técnicas militares e terroristas” em 2022, após as eleições presidenciais. Na época, o próprio Moraes presidia a corte eleitoral.
Nesta terça-feira, a PF realizou uma operação que apura um suposto plano dos “kids pretos” do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e ministro Alexandre de Moraes, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022.
Segundo Moraes, a representação policial indicou, “de maneira absolutamente detalhada a participação de todos os representados”.
“Os elementos trazidos aos autos comprovam a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes, integrantes de uma organização criminosa, com objetivo de executar atos de violência, com monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios do então presidente do TSE, do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-Presidente eleito, Geraldo Alckmin”, disse Moraes.
A Polícia Federal afirma, segundo o relatório que objetivo do grupo era “assassinar” Lula, Alckmin e Moraes. “O objetivo do grupo criminoso era não apenas ‘neutralizar’ o ministro Alexandre de Moraes, mas também extinguir a chapa presidencial vencedora, mediante o assassinato do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, conforme disposto no planejamento operacional denominado “Punhal verde amarelo”, elaborado pelo general Mario Fernandes”, afirma.
Em relatório, a PF afirmou que houve um “planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para a consumação do golpe de Estado”. A conclusão parte de uma troca de mensagens em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel Bernardo Romão Correa Neto, combinam encontros com integrantes das forças especiais em novembro de 2022. O objetivo seria refinar o planejamento e ampliar, entre os militares, a adesão à trama golpista. “Só chamamos os FE”, escreveu Correa Neto a Cid. O advogado do ex-ajudante de ordens afirmou que não teve acesso aos autos. A defesa de Correa Neto não foi localizada, enquanto a de Bolsonaro diz que ele não atacou a democracia.
Um dos encontros dentro deste planejamento, segundo a PF, ocorreu em 12 de novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Netto, que havia sido candidato a vice na chapa de Bolsonaro, se quem foi ministro da Casa Civl e da Defesa.
“Conforme já relatado pela investigação, no dia 12 de novembro de 2022, o tenente-coronel MAURO CESAR CID, o Major RAFAEL DE OLIVEIRA e o Tenente-Coronel FERREIRA LIMA se reuniram na residência do General WALTER SOUZA BRAGA NETTO”, diz o relatório da PF.
De acordo com a investigação, o monitoramento de Moraes começou após essa reunião.
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