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Lobista preso pela PF liderava ‘verdadeiro e ousado comércio’ de decisões, declara Zanin

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Andreson de Oliveira Gonçalves, empresário apontado como lobista de sentenças, foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (26). Ele é suspeito de negociar decisões judiciais em 12 processos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com origem nos Tribunais de Justiça de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

A investigação, parte da Operação Sisamnes, também levou ao afastamento de três servidores do STJ: Márcio José Toledo Pinto, ex-assessor nos gabinetes das ministras Maria Isabel Gallotti e Fátima Nancy Andrighi; Daimler Alberto de Campos, ex-chefe de gabinete de Gallotti; e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, ex-chefe de gabinete do ministro Og Fernandes.

Conforme o inquérito, Andreson liderava o esquema, articulando interesses criminosos entre advogados e servidores públicos para obter benefícios ilegais, como decisões favoráveis e acesso a informações privilegiadas. A rede criminosa foi desvendada a partir de conversas encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2022, em Cuiabá.

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as prisões e detalhou que a investigação revelou diálogos entre Andreson, sua esposa, Mirian Ribeiro, e magistrados, indicando pedidos de propina e profundo conhecimento da tramitação de processos. Segundo Zanin, a prisão preventiva foi indispensável para evitar novos crimes e garantir a aplicação da lei penal.

Além da prisão de Andreson, foram bloqueados bens no valor total de R$ 10 milhões, incluindo:

  • Andreson de Oliveira Gonçalves: R$ 6 milhões
  • Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves: R$ 1 milhão
  • Daimler Alberto de Campos: R$ 2 milhões
  • Márcio José Toledo Pinto e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade: R$ 500 mil cada

O ministro destacou a gravidade e ousadia do esquema, afirmando que é essencial conter a corrupção para proteger a credibilidade do Judiciário brasileiro. A investigação prossegue, com foco em desvendar a extensão da rede criminosa e identificar outros possíveis envolvidos.

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