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Justiça decreta falência da Editora Três, responsável pela revista IstoÉ

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A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou a falência da Editora Três, responsável pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, após o descumprimento do plano de recuperação judicial. A decisão ocorre em meio a uma grave crise financeira, com uma dívida ativa de R$ 828 milhões e o não pagamento de salários aos jornalistas.

MOTIVOS DA FALÊNCIA E CRISE FINANCEIRA

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho destacou que a empresa não conseguiu cumprir os compromissos assumidos na recuperação judicial, o que inviabilizou sua continuidade. Entre as irregularidades apontadas, estão o atraso no pagamento de salários e benefícios de funcionários e ex-funcionários, inadimplência de tributos e impostos acordados no plano de recuperação e pendências salariais com empregados atuais. Diante desse cenário, a Justiça determinou a falência e nomeou a RV3 Consultores Ltda., representada por Ronaldo Vasconcelos, como administradora judicial do processo.

Fundada por Domingo Alzugaray, que faleceu em 2018, a editora passou por dois processos de recuperação judicial. O primeiro, iniciado em 2007, e o segundo, em 2020, não foram suficientes para reverter a crise, culminando na decretação da falência nesta segunda-feira (3). Antes da decisão, em 24 de janeiro, a Editora Três anunciou o fim das versões impressas de suas publicações, tornando-se uma operação exclusivamente digital. A última edição física foi a de número 2.864, distribuída em 15 de janeiro de 2025.

Para tentar aliviar as dívidas, a empresa chegou a leiloar seu galpão gráfico em Cajamar (SP), mas ainda acumulava um passivo de R$ 264 milhões. Em 2022, o portal digital da editora foi adquirido por R$ 15 milhões pelo empresário Antonio Freixo Júnior, da Entre Investimentos.

FALTA DE SALÁRIOS

A crise também afetou diretamente os jornalistas da empresa. Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), a maior parte dos profissionais trabalhava sob regime de pessoa jurídica (PJ), sem benefícios como FGTS, 13º salário ou férias remuneradas. Além disso, a categoria enfrentava atrasos salariais há meses e estava em greve há quase 30 dias. Em nota, o sindicato afirmou que prestará assistência jurídica aos jornalistas para garantir o recebimento dos valores devidos no processo de falência.

Com a decretação da falência, a administradora judicial terá 48 horas para assumir o cargo e iniciar o levantamento dos bens da editora. O processo incluirá o inventário e venda de ativos para pagamento dos credores, o registro de todas as dívidas e credores e a criação de um sistema eletrônico para acompanhamento da falência. Além disso, todas as ações judiciais contra a Editora Três foram suspensas, e a Justiça determinou o bloqueio de bens, como contas bancárias, imóveis e veículos, para garantir a destinação dos recursos aos credores.

Além da crise financeira, a Editora Três enfrenta um processo por danos morais movido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em setembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a editora e o jornalista Germano Oliveira indenizassem Michelle em R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente, por um artigo publicado em 2020. O texto insinuava uma suposta infidelidade da ex-primeira-dama e mencionava um possível desconforto no casamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), citando viagens de Michelle com o então ministro da Cidadania, Osmar Terra. O caso ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) após recurso da editora.

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