O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta quinta-feira (22) manter a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, detido no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Braga Netto, que foi vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, está preso desde dezembro do ano passado. Ele é réu no núcleo central da suposta trama golpista, ao lado do ex-presidente e do general Augusto Heleno.
A decisão de Moraes segue parecer da Procuradoria-Geral da República favorável à manutenção da prisão. O ministro entendeu que a libertação do general colocaria em risco o andamento da ação penal.
ACUSAÇÃO DE AMEAÇAS A TESTEMUNHA
Na decisão, Moraes mencionou o depoimento prestado na véspera (21) pelo ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que relatou ter sido alvo de pressões e ameaças por ter se oposto ao plano golpista. Segundo o ministro, a testemunha afirmou que Braga Netto orientou militares a pressionar não só a ele, mas também sua família. De acordo com o relato, o ex-comandante chegou a encerrar suas redes sociais diante da intensidade das ameaças.
ATUAÇÃO NA OBSTRUÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES
As investigações da Polícia Federal apontam que Braga Netto tentou obter informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que reforçou a suspeita de obstrução à Justiça.
A defesa do general nega qualquer tentativa de interferência nas investigações. Ainda assim, o STF entendeu que há elementos suficientes para justificar a manutenção da prisão cautelar.
O post Alexandre de Moraes mantém prisão do general Braga Netto por risco à ação penal sobre tentativa de golpe apareceu primeiro em JuriNews.