Documentos apreendidos no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, revelam a existência de um extenso arquivo digital com material que fundamentaria um suposto plano para manter o ex-presidente no poder após a derrota eleitoral em 2022. As informações mostram que Cid armazenou cerca de 20 mil arquivos (77 GB) em seu WhatsApp após as eleições.
OS ARQUIVOS
Entre os documentos encontrados:
- O projeto “Copa 2022”, que calculava custos para monitorar o ministro Alexandre de Moraes
- Um manual de 112 slides do Exército com interpretação controversa do artigo 142 da Constituição
- Minutas com alegações não comprovadas de fraude eleitoral
- Textos justificando intervenção militar nos Poderes
A Polícia Federal identificou que muitos desses materiais foram enviados por Cid a si mesmo entre novembro e dezembro de 2022, período crítico pós-eleição. A maioria não tem autoria identificada.
A DEFESA E O PROCESSO
Cid, que nega qualquer tentativa golpista, foi incluído pelo ministro Alexandre de Moraes na Ação Penal 2668 junto com Bolsonaro e outros cinco acusados. Eles respondem por:
- Tentativa de abolição do Estado Democrático (4-8 anos)
- Golpe de Estado (4-12 anos)
- Organização criminosa armada (3-17 anos)
Em sua defesa, os advogados de Cid alegam que ele atuava apenas como “porta-voz” de Bolsonaro. O militar foi o primeiro a apresentar defesa por ter fechado acordo de delação premiada.
O STF determinou que a PF encaminhe todo o material apreendido às defesas dos acusados. Analistas jurídicos avaliam que os documentos podem ser cruciais para comprovar ou refutar a existência de um plano sistemático para contestar os resultados eleitorais.
Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República reforça que as evidências apontam para uma articulação coordenada para deslegitimar as instituições democráticas. O caso deve seguir para julgamento nos próximos meses.
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