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Coaf desencadeia confronto entre juíza e MP-PE em inquérito de apostas

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Um novo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) reacendeu a disputa entre o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) e a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, sobre a reabertura de um inquérito que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro em empresas de apostas. O caso, que ganhou alcance nacional ao envolver nomes como a influenciadora Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima, também inclui operações financeiras relevantes de José André da Rocha Neto, dono da Vai de Bet, e da empresa Esportes da Sorte, de Darwin Henrique da Silva Filho.

DISPUTA SOBRE REABERTURA DO INQUÉRITO

O novo relatório do Coaf apontou movimentações financeiras substanciais realizadas pela empresa de Rocha Neto para a Esportes da Sorte, fato que motivou a Polícia Civil a solicitar a reabertura das investigações contra Rocha Neto e sua esposa, Aislla. Entretanto, o MP-PE se opôs à reabertura, argumentando que a simples existência de uma operação suspeita, sem a devida comprovação de origem ilícita e intenção de ocultação dos recursos, não justificaria a retomada do inquérito.

Em 9 de janeiro, a juíza Andrea Calado encaminhou o caso ao procurador-geral de Justiça de Pernambuco, José Paulo Cavalcanti Xavier Filho, discordando da postura do MP-PE e apontando indícios de tentativa de dissimulação. Por sua vez, em 19 de fevereiro, a subprocuradora-geral de assuntos jurídicos, Norma Mendonça Galvão de Carvalho, ratificou a posição do MP-PE, enfatizando que o novo relatório indica apenas uma operação suspeita, justificada como parte de um contrato para a compra de um helicóptero, com comprovação documental e recibos de pagamento.

CLIMA DE PRESSÃO E POSSÍVEIS REPRESÁLIAS

A divergência entre a juíza e o Ministério Público evidencia um clima de tensão no manejo dos inquéritos sobre lavagem de dinheiro em empresas de apostas. O MP-PE argumenta que a reabertura do inquérito pode abrir precedentes para casos infundados, enquanto a juíza insiste na necessidade de investigar indícios que possam apontar para a ocultação de recursos. O MP-PE também indicou que poderá ser apresentada uma representação disciplinar contra a juíza, por supostamente emitir insinuações infundadas contra seus membros.

Agora, cabe à juíza Andrea se manifestar nos autos, mas, na prática, é provável que sua posição se alinhe à do MP-PE, considerando as evidências documentais apresentadas. Esse episódio é mais um capítulo no conflito público que tem marcado a condução de inquéritos em Pernambuco, especialmente em casos envolvendo suposta lavagem de dinheiro no setor de apostas.

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