A defesa do general Walter Braga Netto solicitou nesta sexta-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os interrogatórios dos réus da trama golpista não sejam transmitidos ao vivo pela TV Justiça. Os depoimentos estão programados para começar na próxima segunda-feira (9).
Braga Netto é um dos oito réus que serão interrogados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do Núcleo 1 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo os advogados, a transmissão ao vivo dos interrogatórios gera superexposição e viola os direitos dos acusados. A transmissão, no entanto, já havia sido autorizada pelo relator.
“Não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras, sabendo-se que a inquirição não será objeto apenas dos autos, mas também será alvo de escrutínio público, em tempo real. Trata-se de negar absolutamente proteção à intimidade e privacidade“, argumenta a defesa.
Os depoimentos serão realizados presencialmente na sala da Primeira Turma da Corte. Braga Netto, contudo, participará por videoconferência. O militar da reserva, que foi candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, está preso desde dezembro do ano passado. Ele é acusado de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e de tentar obter detalhes dos depoimentos de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Entre os dias 9 e 13 de junho, o ministro Alexandre de Moraes irá interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus. Todos são acusados de integrar o “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.
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