O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o movimento que defende a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro tem como verdadeiro objetivo beneficiar os mentores intelectuais das ações antidemocráticas. Em entrevista ao jornal O Globo, o decano da Corte avaliou que o STF não deve revisar as penas já aplicadas, mas admitiu que pode haver reavaliações pontuais para a progressão de regime em casos específicos.
Segundo Gilmar, os argumentos usados para justificar a anistia — como o caso da cabeleireira que pichou uma estátua com batom — são tentativas de desviar o foco da gravidade dos crimes cometidos. “Não podemos minimizar se pensamos em matar o presidente da República, o ministro do Supremo, o vice-presidente da República, em eliminar a cúpula do Poder Executivo. Não sei se podemos imaginar fatos mais graves do que esses”, declarou.
O ministro também rebateu a declaração do colega Luiz Fux, que sugeriu que o STF teria julgado os primeiros casos sob forte emoção. Para Gilmar Mendes, a Corte agiu de forma necessária diante da gravidade dos ataques. “Não acho que nós sejamos pessoas submetidas a fortes emoções. Normalmente, não é o nosso caso”, afirmou, recordando que os riscos já eram percebidos em manifestações anteriores, como a de 7 de setembro de 2021.
Sobre as discussões com o Congresso em torno do projeto de anistia, o ministro destacou que há diálogo com lideranças como Davi Alcolumbre, Hugo Motta e o Palácio do Planalto, mas ainda é preciso aguardar os desdobramentos. “Tem muita espuma, mas nós estamos num momento de bons diálogos”, concluiu.
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