O advogado mineiro Paulo Meira foi vítima de um golpe no qual criminosos utilizaram inteligência artificial para clonar sua voz e enganar seus clientes. Um dos clientes do advogado perdeu R$ 12 mil após receber uma ligação que parecia ser do profissional, sendo induzido a validar um código falso.
Em entrevista à TV Record, Paulo Meira comentou sobre o golpe: “Qualquer movimentação processual, o advogado que se preze tem que estar ligando para informar ao seu cliente de todos os andamentos dos processos. Eu recebi um comunicado desse cliente e de outros clientes, que estariam entrando em contato com eles, se passando por mim, dizendo que eram advogados. Inclusive, o nível de intelectualidade desses estelionatários é alto porque fazem petições muito bem elaboradas, fazem o PDF e têm acesso aos processos que são públicos. Como esses processos são públicos, muitas vezes os dados dos clientes estão ali, incluindo os telefones dos mesmos.” O advogado também destacou a busca por medidas legais mais rigorosas: “Nós estamos correndo atrás de tomar providências junto à OAB, mas também junto ao parlamento para criarmos leis mais rígidas que punam esses criminosos e que também previnam crimes como esse na sociedade.”
A Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) já registrou diversas ocorrências de golpes semelhantes. Para ajudar na prevenção, a OAB-MG disponibilizou uma cartilha informativa e recomendou que advogados e clientes estabeleçam códigos de verificação para confirmar a identidade em casos suspeitos. Carla Lisboa, diretora da OAB-MG, também falou sobre a questão em entrevista à TV Record: “Recentemente, nós tivemos fatos noticiados bastante curiosos, em que a voz do advogado está sendo simulada, através do uso, provavelmente de uma inteligência artificial. Considerando que muitos advogados têm vídeos, fazem postagens em redes sociais, são professores, parece que a IA começou então a mascarar a voz daquele que se passa pelo advogado e pratica o golpe. O que tem induzido muitos clientes ao erro.”
Ela ainda recomendou: “Para você ter certeza que está falando com seu advogado, advogada, ou com seu cliente, estabeleça algum código, alguma coisa nesse sentido para tentar trazer uma segurança maior. Não faça nenhum depósito até ter certeza se aquilo está sendo solicitado pelo advogado que lhe contatou e aí, a última etapa que compete aos órgãos, aos tribunais, é trazer maior segurança para nós no acesso a essas plataformas.”
Paulo Meira, além de buscar medidas legais para reforçar a segurança digital, também alertou outros profissionais sobre os riscos da exposição online e a necessidade de cuidados extras em interações digitais.
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