Dois mil dias após a execução da vereadora Marielle Franco (Psol), o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pode determinar a entrega de novas provas às equipes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Federal, que ainda buscam uma solução para o crime. O foco é descobrir se houve um intermediário entre os dois ex-policiais militares presos pelo crime, e os supostos mandantes.
Para isso, a colaboração premiada fechada pelo ex-policial militar Élcio Queiroz neste ano deu uma nova perspectiva aos investigadores. Ele admitiu que dirigiu o carro em que o ex-PM Ronnie Lessa estava quando fez os disparos que mataram Marielle e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A delação surpreendeu a equipe de Ronnie Lessa, e houve discussão sobre a possibilidade de uma troca em sua equipe de defesa.
Com base em um dos anexos da delação, a Polícia Federal conseguiu em julho a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que participou da ocultação das armas usadas no crime. De julho para cá, a estratégia dos investigadores tem sido pressionar Corrêa, visto como um colaborador em potencial.
A pressão se dá com o avanço de investigações que envolvem os negócios do ex-bombeiro. A esposa dele chegou a ser alvo de uma busca e apreensão.
Na semana passada, um policial militar foi preso por, segundo os investigadores, ocupar o lugar de Maxwell na organização criminosa que explora serviços clandestinos de TV no Rio de Janeiro.
JULGAMENTO NO STF
Os investigadores ainda aguardam um conjunto de dados do Google que podem ajudar a concluir a apuração sobre quem se comunicou sobre a agenda de Marielle Franco em março de 2018. O caso está no Supremo Tribunal Federal, sobre relatoria da ministra Rosa Weber – que se aposenta no mês que vem.
O Ministério Público conseguiu uma série de decisões favoráveis para ter acesso aos identificadores de pessoas que buscaram o nome e a agenda da vereadora Marielle Franco dias antes de sua morte, em 2018.
O Google recorreu ao STF e ainda não há data para o julgamento, que terá repercussão geral, ou seja, vai balizar outras decisões sobre o tema. A empresa entende que este é um precedente perigoso, que viola o sigilo de uso do buscador.
Redação, com informações da CNN
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