O advogado e influenciador digital baiano João Francisco de Assis Neto, conhecido como João Neto, deixou o sistema prisional de Alagoas na noite desta terça-feira (13), após 29 dias detido no Presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió. A liberação foi autorizada pela Justiça, que revogou a prisão preventiva mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. O processo segue em segredo de Justiça.
A prisão ocorreu após João Neto ser flagrado por câmeras de segurança agredindo sua companheira no condomínio onde moravam. As imagens mostram o momento em que a vítima tenta resistir a ser retirada à força de casa, sendo empurrada ao chão e sofrendo ferimentos no rosto. Ela precisou levar três pontos no queixo após atendimento médico.
João Neto foi inicialmente encaminhado a um presídio militar, mas transferido ao sistema comum após a constatação de que não era oficialmente ex-policial. A Polícia Militar da Bahia esclareceu que o influenciador foi desligado do curso de formação há cerca de 15 anos, sem concluir a formação ou atuar nas ruas como agente.
REGISTRO SUSPENSO PELA OAB
Mesmo com a soltura, João Neto agora enfrenta nova sanção: a suspensão de seu registro profissional por 90 dias, conforme decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo a seccional, a penalidade não foi motivada apenas pela acusação de agressão, mas pelo comportamento recorrente do advogado nas redes sociais e em veículos de comunicação.
A OAB destaca que João Neto fazia uso das plataformas digitais para divulgar conteúdos considerados antiéticos, como vídeos ensinando formas de evitar condenações criminais e postagens comemorando absolvições de clientes que teriam confessado crimes. Em um dos vídeos mais conhecidos, ele celebra a soltura de um réu com a legenda: “O cliente será solto, a família fazendo o pix”.
“Ao agir assim, o advogado incorre em infrações éticas, promovendo captação indevida de clientela e banalizando o exercício da advocacia”, diz a nota da OAB. A suspensão é imediata, não cabe recurso, e ele responde ainda a outros quatro procedimentos disciplinares em andamento.
A entidade reforçou que sua atuação nas redes afronta os princípios da advocacia e que a penalidade busca preservar a imagem e os valores da profissão.
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