O Ministério Público da Paraíba (MPPB) deflagrou, nesta quarta-feira (11), a “Operação Retomada”, investigando um esquema de manipulação de decisões judiciais que teria causado prejuízos a instituições financeiras e idosos. A ação, conduzida pelo Gaeco e pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (CCRIMP), resultou no afastamento por um ano do juiz Glauco Coutinho Marques, suspeito de envolvimento no caso.
Além do magistrado, os advogados Guilherme Queiroz e Silva Filho, Sulpício Moreira Pimentel Neto e Hadassa Brito Pimentel foram apontados como participantes do esquema. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, incluindo na residência do juiz e no Fórum de Gurinhém, no interior do estado.
De acordo com o MPPB, o esquema envolvia associações fraudulentas, como a Interativa Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e a Associação de Assistência aos Aposentados e Pensionistas. Essas entidades ingressavam com ações coletivas na Comarca de Gurinhém, mesmo sem ligação com o município, buscando suspender descontos de empréstimos consignados de servidores públicos ou realizar acordos fraudulentos que mascaravam cobranças como contribuições associativas. Essas práticas liberavam indevidamente margens para novos empréstimos e prejudicavam financeiramente idosos.
A Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) divulgou nota defendendo a transparência e o respeito às instituições democráticas, além de reafirmar a importância do contraditório e da ampla defesa. A entidade afirmou que acompanhará de perto as investigações para garantir o esclarecimento dos fatos.
A operação destaca o impacto do esquema na confiança do sistema judicial e financeiro, além do prejuízo direto a pessoas vulneráveis.
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