A defesa do juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis apresentou à Justiça de São Paulo um laudo psiquiátrico que aponta o magistrado como portador de Transtorno de Personalidade Esquizoide e requer a instauração de incidente de insanidade mental no processo.
Durante mais de 40 anos, Reis viveu sob uma identidade falsa — Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield — que adotou como uma tentativa de “renascer” e se desvincular de sua própria história, marcada pela vergonha, conforme indicado no laudo.
O documento, elaborado pelo psiquiatra forense Gustavo Bonini Castellana, revela que o magistrado enfrentou uma forte decepção pessoal ainda na juventude. Aos 18 anos, ao tentar começar uma nova vida em Boston (EUA), ele retornou ao Brasil precocemente após ser abandonado por um amigo que prometera apoio, o que lhe causou grande sentimento de fracasso e vergonha.
Foi nesse contexto que, incentivado por um colega, decidiu criar uma nova identidade, inspirada em personagens da literatura inglesa, como forma de superar sua angústia existencial.
“No auge do desespero, aceitou a sugestão de mudar seu nome”, diz o laudo, ressaltando que essa mudança representou para ele um marco simbólico de renovação pessoal.
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