A Justiça britânica retomou nesta quarta-feira (5) a fase final do julgamento que pode responsabilizar a mineradora BHP pelo rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em Mariana (MG) em 2015. A ação coletiva movida no Reino Unido busca indenizações que podem chegar a R$ 230 bilhões. Paralelamente, um acordo firmado no Brasil prevê R$ 170 bilhões em reparações.
AÇÃO COLETIVA CONTRA A BHP
O processo foi iniciado pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead, representando 620 mil indivíduos, 1.500 empresas e 46 municípios afetados pela tragédia. As alegações finais da acusação devem ser apresentadas até sexta-feira (7), enquanto a defesa da BHP terá sua vez entre 10 e 12 de março.
Embora o julgamento ocorra na Corte de Tecnologia e Construção de Londres, a decisão considerará a legislação brasileira para avaliar a responsabilidade da mineradora angloaustraliana. A empresa sustenta que a Samarco operava com gestão independente, enquanto os advogados das vítimas argumentam que a BHP se beneficiou e financiou as operações que levaram ao desastre.
A previsão é de que a juíza Finola O’Farrell divulgue a sentença até meados deste ano. Caso a BHP seja considerada culpada, um novo julgamento será realizado para definir o valor das indenizações.
IMPACTO DO DESASTRE
O rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, devastou o distrito de Bento Rodrigues, resultando na morte de 19 pessoas e deixando centenas de desabrigados. A lama de rejeitos percorreu 663 quilômetros, afetando 49 municípios e atingindo o litoral do Espírito Santo.
Além do caso de Mariana, o escritório Pogust Goodhead também lidera uma ação internacional contra a Braskem, responsável pelo afundamento de bairros em Maceió (AL). As iniciativas demonstram o crescente papel da Justiça estrangeira na busca por reparações em desastres ambientais brasileiros.
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