A Justiça de São Paulo aceitou, nesta terça-feira (20), a denúncia criminal contra o empresário e influenciador Pablo Marçal, ex-candidato à prefeitura da capital, por supostamente colocar em risco a vida de 32 pessoas durante uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), em janeiro de 2022. O grupo enfrentou fortes chuvas, neblina, ventania e trilhas escorregadias, mas, segundo o Ministério Público (MP), Marçal teria ignorado alertas de guias e incentivado a continuidade da subida.
De acordo com a denúncia, os participantes sofreram com hipotermia após ficarem encharcados durante a trilha. O MP afirma que Marçal, conhecido por discursos motivacionais, teria dito que enfrentar situações extremas era uma forma de “vencer na vida”.
Inicialmente, o órgão propôs um acordo de não persecução penal, no qual Marçal pagaria R$ 272 mil a instituições sociais. No entanto, como a defesa não se manifestou, a juíza Rafaela D’Assumpção Cardoso Glioche decidiu aceitar a denúncia, tornando o influenciador réu no processo.
A DEFESA
Em nota, a defesa de Marçal afirmou que não há provas de que ele tenha sido o organizador do evento, classificando a expedição como uma “caminhada entre amigos”. O advogado citou ainda um relatório do delegado Francisco Sannini, que concluiu pela inexistência de dolo e recomendou o não indiciamento dos envolvidos.
Segue um trecho da nota:”O acordo foi recusado porque não há qualquer materialidade que aponte Pablo Marçal como responsável. Todos os depoimentos indicam que se tratava de uma atividade informal. Confiamos na Justiça para uma decisão imparcial.“
O MP argumenta que, como figura pública, Marçal tinha dever de cuidado com os participantes. Se condenado, Marçal pode responder por exposição de terceiros a perigo, crime previsto no Código Penal com pena de detenção de três meses a um ano.
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