Na manhã deste sábado (25), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou ao presidente Lula sobre uma tentativa de autoridades norte-americanas de manter cidadãos brasileiros algemados durante um voo de deportação. A aeronave, com destino ao Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, precisou fazer um pouso de emergência em Manaus, na noite de sexta-feira (24), devido a problemas técnicos.
CONDIÇÕES DEGRADANTES E INTERVENÇÃO BRASILEIRA
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), os 88 brasileiros a bordo enfrentaram condições “degradantes”, incluindo uso de algemas nos pés e mãos, além de falhas no ar-condicionado. A pasta classificou o episódio como “inaceitável” e afirmou que viola um acordo firmado com os EUA em 2018. Por ordem de Lewandowski, a Polícia Federal exigiu a retirada imediata das algemas e interditou a aeronave.
O presidente Lula mobilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para garantir que os repatriados chegassem ao destino com dignidade e segurança. Autoridades locais, como o Corpo de Bombeiros do Amazonas, prestaram assistência médica, distribuíram alimentos e forneceram água aos passageiros.
HUMILHAÇÃO E PROTESTOS
Entre os passageiros, Sinval de Oliveira, deportado após 35 anos vivendo nos EUA, relatou sua indignação: “Chegamos aqui com esse incidente, mas rapidamente fomos assistidos. Só tenho a agradecer pela ajuda.”
O Itamaraty reforçou que a indignação dos deportados foi determinante para interromper o voo e cobrar explicações formais dos EUA. O governo brasileiro reafirmou que a dignidade humana é um princípio inegociável e que situações como essa não serão toleradas.
Os voos com deportados brasileiros ocorrem desde 2017, mas o caso recente reacende críticas sobre o tratamento desumano e a necessidade de garantir os direitos fundamentais dos repatriados.
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