O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) e a Polícia Civil do estado investigam um esquema de litigância predatória envolvendo falsificação de laudos médicos e psicológicos para obtenção de indenizações pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A fraude, identificada na Operação Hipócrates, inclui a emissão de atestados sem consultas presenciais e a captação irregular de moradores para ações contra a Vale.
INDÍCIOS DE FRAUDE E IMPACTO NO JUDICIÁRIO
Relatório do Núcleo de Monitoramento do Perfil de Demandas (Numopede), da Corregedoria-Geral de Justiça, apontou centenas de processos com laudos idênticos, emitidos pelas mesmas clínicas e atestando estresse pós-traumático. Muitos dos requerentes sequer moravam nas áreas atingidas ou tinham relação direta com vítimas da tragédia.
No dia 12, a Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de integrar o esquema. Na casa dela, foram apreendidos receituários em branco, carimbos médicos e blocos de receita azul. Segundo a investigação, médicos, psicólogos e advogados também estariam envolvidos, emitindo documentos fraudulentos sem consultas presenciais.
O juiz auxiliar do TJ-MG Marcelo Fioravante destacou que o volume de ações fraudulentas prejudica os processos legítimos. Para reforçar a análise das indenizações, o tribunal instalou uma Central de Perícias em Brumadinho. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a OAB também investigam o caso.
O post Justiça investiga fraudes em ações contra a Vale após tragédia de Brumadinho apareceu primeiro em JuriNews.