O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o retorno de um inquérito contra o presidente do PSD, Gilberto Kassab, à Suprema Corte. O caso tramitava na Justiça Eleitoral de São Paulo desde 2019, quando o próprio Moraes havia encaminhado o processo ao TRE-SP.
ACUSAÇÃO ENVOLVE REPASSES MILIONÁRIOS DA JBS
Kassab é suspeito de ter recebido propina da JBS em duas ocasiões: R$ 350 mil por meio de notas fiscais falsas e R$ 28 milhões em troca do apoio político do PSD ao PT nas eleições de 2014. As investigações, que fazem parte da Operação Lava Jato, se baseiam nos acordos de delação premiada do empresário Wesley Batista e do ex-diretor da J&F Ricardo Saud.
A devolução do caso ao STF ocorre após uma mudança no entendimento do tribunal sobre o foro privilegiado. No dia 11 de março, a Corte decidiu que investigações iniciadas no STF continuarão sob sua jurisdição se estiverem relacionadas ao exercício do mandato ou da função do investigado, mesmo após o fim do cargo.
BOLSONATO CRITICA MORAES E MENCIONA KASSAB
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a decisão para criticar Moraes, alegando que ele faz uso político da Justiça. Em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou que o ministro age para intimidar lideranças partidárias e enfraquecer a democracia.
No entanto, Bolsonaro também sinalizou uma possível aproximação com Kassab. Durante um ato político em 16 de março, ele afirmou que o presidente do PSD estaria ao lado do PL na aprovação de uma anistia em Brasília. O movimento acontece em meio às articulações para as eleições de 2026, nas quais Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e aliado de Kassab, desponta como um possível nome da direita na disputa presidencial.
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