O Ministério Público Federal (MPF) informou na última sexta-feira (12/7) que possui apenas uma cópia do HD externo contendo os áudios das escutas clandestinas encontradas na cela do doleiro Alberto Youssef em 2014.
Segundo o órgão, o HD original está na Secretaria da 13ª Vara Federal de Curitiba, apesar de o juiz Guilherme Roman Borges, desta mesma vara, ter solicitado ao MPF a devolução do dispositivo.
A manifestação foi enviada pelo procurador da República Walter José Mathias Junior, de Pato Branco (PR), em resposta à determinação de Borges.
No início deste mês, o juiz da 13ª Vara ordenou a restituição do HD e autorizou a defesa de Youssef a acessar os autos das sindicâncias que investigam a instalação ilegal dos grampos. O objetivo da restituição do HD era permitir que a defesa do doleiro tivesse acesso ao conteúdo das escutas. Borges destacou que o MPF estava com o material desde 2017, quando retirou o dispositivo da vara.
A retirada ocorreu supostamente para instruir um laudo da Polícia Federal, que constatou que o grampo na cela estava ativo.
O grampo ilegal foi encontrado na cela de Youssef na Superintendência da PF em Curitiba em 2014. Na época, ele ainda se recusava a colaborar com as investigações da “Lava Jato”. A Polícia Federal alegou que a escuta era antiga e estava desativada.
Em 2023, Youssef obteve provas do uso do grampo, incluindo os áudios capturados ilegalmente pelos investigadores. Por isso, ele pediu a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações.
No início da “Lava Jato”, Youssef foi identificado como operador financeiro de um esquema de desvios na Petrobras. Ele foi condenado em diversas decisões, mas teve sua pena reduzida por colaborar com as investigações, tornando-se um dos delatores mais importantes da força-tarefa.
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