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No Fórum Mundial em Davos, Barroso defende ‘consenso’ sobre regulação das redes sociais e critica ‘negacionismo ambiental’

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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou nesta terça-feira (21) a necessidade de regulamentação das redes sociais e defendeu um entendimento entre conservadores e liberais sobre o tema. Para Barroso, é preciso superar a polarização representada pela “visão futebolística de Fla-Flu” que, segundo ele, permeia a discussão.

“Quem é conservador é contra a regulação [das redes sociais] e quem é liberal ou progressista é a favor. E é uma visão completamente equivocada. Não importa se você é conservador ou liberal, não pode ter pornografia infantil na rede. Não pode ter terrorismo na rede”, afirmou o ministro em entrevista, após participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Barroso destacou que um consenso sobre a regulamentação é possível e necessário. “As pessoas com um pouco de boa vontade e de boa fé vão conseguir construir um meio de common ground, um meio termo de regulação”, disse. Para ele, esse equilíbrio permitirá que a liberdade de expressão desempenhe seu papel na contemporaneidade, ao mesmo tempo em que previne “um abismo de incivilidade, de mentiras, de desinformação”.

Ainda durante o evento, em um painel sobre a realização da COP30 no Brasil, o ministro abordou os desafios ambientais globais e afirmou que o mundo enfrentará um período crítico nessa área. Barroso destacou que a questão ambiental está em um “momento de resistência”, especialmente diante do que chamou de “volta triunfal do negacionismo”.

A declaração ocorreu em um contexto marcado pelo início do segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Um dia após sua posse, Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, tratado internacional voltado à redução de emissões de gases de efeito estufa, e manifestou a intenção de extinguir o Green New Deal, iniciativa que promove a transição para uma economia sustentável.

“O fato de virar as costas para um problema não faz ele desaparecer”, alertou Barroso. Apesar dos desafios, ele reforçou a importância de manter o compromisso com a luta ambiental. “A história não é linear. É feita de avanços e recuos, mas não podemos nos deixar abater pela mudança dos ventos. Nosso papel é empurrar a história na direção certa”, concluiu.

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