O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou a estabilidade institucional do Brasil como um diferencial estratégico para atrair investimentos internacionais. A declaração ocorreu durante o Brazil Economic Forum, realizado em Zurique, na Suíça, onde o ministro representou o Brasil em um evento que reuniu líderes empresariais, investidores e autoridades públicas.
“Temos 36 anos de estabilidade institucional, e todos os julgamentos estão sendo feitos pelo Poder Judiciário, e não nos quartéis. Até há foragidos, mas não há desaparecidos”, afirmou Barroso. Ele se referiu aos avanços das investigações no STF sobre a tentativa de golpe de Estado e ressaltou: “A normalidade institucional é um dos ativos valiosos que o Brasil tem, e precisamos preservá-la para garantir a confiança interna e externa”.
A conferência foi organizada pela Editora Abril e pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), ocorrendo paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, do qual Barroso também participou. Os debates abordaram as perspectivas econômicas do Brasil em meio às mudanças globais, destacando a segurança jurídica como elemento crucial para fortalecer o ambiente de negócios no país.
Durante sua participação, Barroso enfatizou que o Brasil mantém sua posição como um dos destinos mais atrativos para investidores internacionais, principalmente entre os países do BRICS. Segundo o ministro, o país oferece condições favoráveis em termos de estabilidade democrática, segurança jurídica e engajamento ambiental. Ele destacou que essas características são diferenciais em um cenário global marcado por crises políticas e econômicas.
Além disso, Barroso apontou a necessidade de fortalecer a previsibilidade nas áreas tributária, trabalhista e de saúde. “A estabilidade não é apenas uma conquista, mas um compromisso contínuo que precisa ser aprimorado. Temos que enfrentar a insegurança em áreas que ainda afugentam investimentos”, afirmou.
O ministro reconheceu a polarização em torno dos julgamentos relacionados aos atentados antidemocráticos de 8 de janeiro e à tentativa de golpe após as eleições de 2022. Contudo, defendeu que o STF deve seguir cumprindo seu papel constitucional. “É fundamental processar e julgar esses casos. Do contrário, estaremos legitimando a possibilidade de que atitudes semelhantes se repitam”, disse.
Barroso também relembrou os avanços obtidos na investigação de crimes de ódio, incitação à violência e ataques às instituições democráticas. Segundo ele, a atuação firme do STF e do sistema de Justiça garante que esses crimes sejam punidos de forma exemplar, reafirmando a confiança no Estado de Direito.
Entre os principais desafios apontados pelo ministro estão a redução das desigualdades sociais, o combate à pobreza e à violência, além da luta contra a corrupção e o crime organizado. Ele afirmou que essas questões representam obstáculos significativos para o desenvolvimento do país, mas ressaltou que há avanços sendo feitos.
“Não devemos fechar os olhos para a criminalidade comum e organizada, que prejudicam a sociedade e atrasam o progresso econômico. Enfrentar esses problemas é essencial para construir um Brasil mais justo e competitivo”, disse.
Barroso também reforçou que a plena normalidade entre os três Poderes da República é crucial para o crescimento econômico e para atrair investimentos estrangeiros. Ele finalizou afirmando que, apesar dos desafios, o Brasil possui um potencial imenso para consolidar sua posição como líder regional e global no século XXI.
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