A Polícia Federal (PF) iniciou nesta terça-feira (13) uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de R$ 20 milhões e da apreensão de passaportes dos investigados para evitar que deixem o país. A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os investigados criaram uma rede financeira-empresarial para lavar dinheiro e ocultar o pagamento de propinas por decisões favoráveis no STJ. O objetivo seria romper o vínculo direto entre corruptores e servidores públicos, dando aparência de legalidade às transações.
Os crimes investigados incluem: lavagem de dinheiro; corrupção ativa e passiva; mercado de câmbio clandestino; evasão de divisas e organização criminosa.
O nome da operação faz referência a Sisamnes, juiz da mitologia persa que foi condenado por aceitar suborno para proferir sentenças injustas.
ETAPAS DA OPERAÇÃO
A operação encontra-se na terceira fase da investigação, que já havia levado à:
Primeira fase (2024): Prisão do lobista Andreson Gonçalves e buscas em gabinetes de auxiliares de ministros do STJ. Servidores foram afastados, mas o tribunal afirmou que nenhum ministro tinha conhecimento do esquema.
Segunda fase: Investigação de operações imobiliárias suspeitas e sequestro de bens de um magistrado.
Terceira fase (março/2025): Desmantelamento de uma rede que vendia informações sigilosas de processos no STJ, prejudicando investigações.
Procurado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não se manifestou sobre a operação. A corte já havia afirmado em fases anteriores que coopera com as investigações e que não tolera irregularidades.
A PF segue apurando a participação de advogados, lobistas, empresários, assessores e magistrados estaduais no esquema.
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