Em um evento solene realizado para marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ministros do Supremo Tribunal Federal destacaram a importância da democracia e da responsabilização para a preservação do Estado de Direito.
O ministro Gilmar Mendes ressaltou que a proteção da ordem constitucional exige um esforço coletivo e constante da sociedade. “Infelizmente, não é possível blindar qualquer ordem constitucional contra ameaças de retrocesso político. Só o exercício diuturno da cidadania, associado à conscientização da sociedade civil, é capaz de prevenir retrocessos e fortalecer os esteios do Estado Democrático de Direito”, afirmou. Ele também exaltou o evento como uma celebração do triunfo democrático.
Já Alexandre de Moraes apontou o papel das redes sociais no avanço do extremismo e alertou para as estratégias dos radicais. “O que esse novo populismo extremista digital faz é corroer a democracia por dentro, fingindo que são democratas, fingindo que defendem a liberdade. Não por outros motivos, são as duas palavras mais utilizadas por esses criminosos: liberdade e democracia. Fingem acreditar na liberdade, fingem acreditar na democracia. Eles querem voltar à lei do mais forte”, declarou.
A ministra Cármen Lúcia, por sua vez, destacou a resiliência das instituições diante das investidas antidemocráticas. “O Supremo Tribunal Federal não caiu, não se quebrou, não se abalou. Como a Justiça não se abala com a sociedade democrática, não se abala. Abalam-se as coisas, destroem-se as coisas, mas a ideia de justiça, principalmente o compromisso das instituições democráticas, não se deixa abalar por eventuais impunidades”, afirmou.
O evento foi organizado pelo ministro Edson Fachin, que destacou: “Existimos na democracia, vivemos pela democracia e dela jamais desistiremos”. Fachin reforçou a necessidade de preservar a memória dos atos antidemocráticos para que as futuras gerações não repitam os erros do passado.
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