A sigla ESG, traduzida em boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, está entre os novos conceitos que chegaram para fazer parte do dia a dia dos escritórios de advocacia, dada a importância dos seus princípios: eles passaram a nortear as ações em relação a temas relevantes como o comprometimento com a preservação dos recursos naturais, o engajamento em políticas sociais, a diversidade e a atenção a casos de corrupção, assédio, discriminação e boas práticas de gestão.
O conceito ESG deixou de ser um diferencial e tornou-se mandatório em todo o setor corporativo, pois propõe a discussão e o engajamento com pautas que vão desde questões mais abrangentes, como emissão de gases de efeito estufa, justiça social e ética nas práticas cotidianas da gestão, bem como simples interruptores com sensor de presença nas empresas.
Essas três letras praticamente substituíram a palavra sustentabilidade, até então usada no universo empresarial. A adesão do termo ESG e sua diversificada agenda é tão relevante que os colocam em paridade com temas fundamentais relacionados ao desempenho e ao lucro.
Os novos hábitos da sociedade e da vida moderna impulsionam a ascensão aos conceitos ESG, sobretudo por fatores como o consumo excessivo e a evolução tecnológica. O desenvolvimento trouxe progresso e mais qualidade de vida, mas também gerou maior responsabilidade ambiental, social e de governança.
As bancas de advocacia se inserem nesse cenário em meio a muitas discussões e novas considerações sobre as urgências do planeta e dos seus consumidores e clientes, dos colaboradores e dos governos, ajudando na promoção de uma agenda de iniciativas sustentáveis que impactem positivamente no mundo e na vida das pessoas.
Os escritórios de advocacia são parte importante neste debate, seja como protagonistas, seja orientando sua clientela sobre os procedimentos adequados a serem seguidos para minimizarem riscos e prosseguirem na adoção de práticas mais responsáveis.
Em vez de entender esse movimento como compulsório ou um modismo, o recomendado é que os advogados entendam a cultura ESG e seu conjunto de ações e boas práticas como uma oportunidade para rever suas atividades diárias. E, a partir daí, identificarmos e propormos novas estratégias que mudem comportamentos e insiram princípios mais sustentáveis.
Vale reforçar, ao final, que a adesão aos princípios ESG não se sustenta apenas com o comprometimento das empresas. Este trabalho deve acontecer de forma conjunta, multidisciplinar, multissetorial, de forma a estimular uma mudança definitiva de cultura dentro dos escritórios e tornar nossas ações um espelho para toda a sociedade, bem como estar alinhados com os clientes.
Luiz Cláudio Allemand, advogado, mestre em Direito Tributário, LLM pela Steinbeis University Berlin, diretor jurídico da Fiesp, presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem Cindes/Findes.
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